segunda-feira, 24 de abril de 2017

Construindo um personagem



Fala ai galera, beleza, dei um tempinho nos contos para dar um bizu sobre como construir um personagem.

Em primeiro lugar você precisa ter em mente esse personagem. Como ele será, qual o papel que ele vai desenvolver em sua estória.

Eu sou do tipo de autor que gosta de praticidade, sendo assim vamos ao exemplo.

Vamos dar um nome para o nosso personagem. Que tal Lucas?

Nome: Lucas
Cor da pele: Branca
Cor dos cabelos: castanho escuro e andolado
Cor dos olhos: castanho claro
Idade: 16 anos
Estilo: Camisa manga polo, calça jeans e tênis colorido
Voz: aguda
Esporte preferido: skate

Pronto, o nosso personagem está pronto para entrar em ação. E ai, gostaram? Em breve novas dicas. Fui!!! 

domingo, 23 de abril de 2017

João Carlos Taveira 2



João Carlos
Taveira

             Taveira estaciona mal e porcamente seu carro na vaga do estabelecimento. Seu humor anda a baixo do nível e por isso ele bate a porta do veículo com força. A noite não foi nada boa com Dora. Depois de resolver um perigoso caso de roubo de carga e de trocar tiros com dois bandidos ao mesmo tempo, o investigador precisa urgente de uma garrafa de uísque e uma carteira de cigarros. Seu terno azul-escuro está a amassado e na manga esquerda há uma mancha de sangue. O dono do bar já o conhece de longa data.
             - Taveira, como tem passado?
             - Boa noite, Jaime, quero o de sempre e rápido.
             - Opa, você quem manda meu chefe.
            Nesse meio tempo uma menina de mais ou menos vinte anos entra no bar com o pânico estampado no rosto. Ela olha para Taveira e depois para Jaime.
             - Com licença, posso usar o banheiro?
             - Você precisa consumir algo antes, tudo bem?
             - Sério?
             - Muito sério. - entrega o uísque e os cigarros a Taveira.
             - É que preciso trocar meu absorvente.
             Tanto Jaime como Taveira engolem seco.
             - Ok, vai lá, nos fundos a esquerda.

              Taveira se despede de Jaime quando dois caras entram.
           - Aquela vagabunda entrou aqui, não foi? - pergunta um com uma pistola. Jaime fica paralisado e olhando para Taveira.
            - Ei pessoal, vamos com calma. - diz o investigador.
            - Quem é você otário, cadê a garota?
            - Calma, abaixe sua arma…
           O rapaz aplica um forte soco em Taveira que deixa a garrafa de uísque cair.
           - Vamos procurar, revirem essa espelunca. - mais dois caras armados entram no bar.

           Eles se espalham. João Carlos se levanta sangrando pelo nariz. Sua fúria quase incinera seu corpo. Ele olha para a direção do corredor onde ficam os banheiros. Um dos bandidos vai para trás do balcão. Distraído ele não vê o policial atrás dele.
          - Pode deixar que eu procuro pra você. - acerta um forte soco apagando o homem de vez.
              O trinta e oito é sacado. Jaime ainda se encontra paralisado.
              - Jaime, se esconda, vamos, rápido.
         Dois caras saem de trás das máquinas de fliperama apontando suas armas. Taveira se abriga e atira. Um deles é alvejado no ombro. O outro volta para trás da máquina. Mais tiros. As bebidas que estão no mostruário são atingidas. Taveira revida protegendo Jaime. O outro bandido vai atirar mais a arma falha. João aproveita para deixá-lo fora de combate. O tiro o acertou no peito. Taveira sai de trás do balcão e atira na perna do vagabundo que segurava seu ombro ferido.
               - Argh!
              O investigador corre em direção ao corredor onde estão mais dois marginais. Um deles com quase dois metros de altura e dois de largura pula pra cima do investigador. Dois fortes socos deixam Taveira sem rumo. Outro soco e a visão de João começa a falhar. Ele é jogado contra a porta do depósito que se quebra. Como um animal feroz ele avança socando o rosto do policial. Taveira cai sobre as caixas de cerveja. A dor nas costas o faz contorcer. O investigador é torturado, moído pelo gigante. João volta a ser arremessado contra as caixas de cerveja e depois disso silêncio.
               O homem enorme dá as costas e sai do depósito. O outro se encontra dentro do banheiro feminino segurando a garota pelo pescoço.
                - Cadê minha grana sua vagabunda, hein, cadê?
               O rosto da menina já se encontra roxo e ela sente a morte de perto. Seus olhos estão virados quando o gigante solta um grito gutural e depois outro. Taveira crava mais uma vez uma metade de uma garrafa quebrada nas costas do marginal que vai desabando até cair de vez.
               - Solte a garota, você está preso.
               - Quem é você, imbecil? - solta a menina que desmaia e saca sua faca.
               - Taveira. - avança contra o bandido segurado o pedaço de garrafa.
           Os dois brigam feio dentro do banheiro. Trocam socos e João é cortado no braço. Quando vai aplicar outro golpe, Taveira o chuta no rosto arrebentando seu nariz. O pedaço de vidro é enterrado no peito do bandido. Taveira consegue desarmá-lo.
               - Você está preso, seu merda!
         Depois de tudo Taveira sai do corredor puxando o vagabundo pelo pé e segurando a menina. Jaime sai de trás do balcão.
                - Quer que eu chame a polícia?

                - Jaime, eu sou a polícia. FIM        

sexta-feira, 21 de abril de 2017

João Carlos Taveira


João Carlos
Taveira


              - Por favor, uma xícara de café, e bem forte por favor. - pede Taveira ao garçom.
                 O dia começou péssimo para João Carlos. Além de chegar tarde na cena do crime, ele foi hostilizado pelos colegas que lá estavam. Foi preciso a interversão dos outros companheiros para não haver uma briga. Tudo por que a bebedeira de ontem o deixou de ressaca hoje. Quando recebeu o telefonema do departamento policial, Taveira ainda dormia no sofá. Quando finalmente chegou na casa onde ocorreu o crime, outro agente já havia assumido o caso.
                  - Droga, logo ele, o sujeito mais nojento do departamento.
             O café chega saindo fumaça de tão quente. João Carlos confere a hora no relógio.
               - Sete e quinze. - Olha para estabelecimento já repleto de clientes. - vou querer um pão na chapa, por favor.
                 - Muita, ou pouca manteiga senhor?
                 - Pouca.
               Enquanto aguarda a chegada do pedido, Taveira saca o celular para conferir as últimas notícias em seu site preferido. Ele resmunga em saber do resultado do jogo de ontem. Mais uma vez seu time perdeu. O pão na chapa chega. A ressaca é forte. Ele toma mais um gole de café forte e olha para a porta da padaria. Nesse momento dois caras entram e se dirigem ao balcão. Dois jovens bem-vestidos. De onde Taveira está é possível ouvir a conversa.
                 - Dois cafés e dois pães com ovos, por favor.
                 João Carlos relaxa, são apenas clientes assim como ele. Seu telefone toca.
                 - Oi. - diz ele.
                 - E ai, como foi a noite. - diz uma voz feminina.
                 - Uma merda. - come o pão.
                 - Nossa, foi tão ruim assim, eu fiz tudo o que você pediu.
                - Certo, eu digo depois que você foi embora, sabe aquela garrafa de uísque?                  Então, bebi a metade, estou péssimo, cheguei tarde no trabalho. - Taveira volta a olhar para os rapazes no balcão.
               - E ai, vamos nos encontrar hoje?
               - Não sei, gata, vou te ligar mais tarde, certo?
               - Vou ficar esperando, tá bom? Beijo.
               - Beijo!
             Ele coloca o celular no bolso do paletó olhando para um dos rapazes, para o mais alto. Taveira suspeita de alguma coisa por baixo da camisa e resolve conferir de perto.
               - Com licença, posso ver os documentos dos rapazes?
             Os dois olham para o homem alto de terno azul-escuro e gravata branca com estranheza.
               - Você quem é? - pergunta o mais baixo.
               - João Carlos Taveira, investigador de polícia, quero os documentos agora.
             Os caras se olham e um deles dá um passo para trás. Taveira saca seu trinta e oito quando o rapaz também saca sua arma, uma pistola.
               - Solte a arma, você está preso. - vocifera João Carlos.
              As outras pessoas começam a correr. Os marginais estão assustados e Taveira não para de dar voz de prisão. As armas são apontadas. Os corações se aceleram. É preciso pensar rápido.
               - Solte a arma. - grita.
               - Qual foi cara, nos deixe ir embora. - fala o mais baixo.
               - Vocês vão sair daqui sim, mas comigo e algemados.
               Os minutos parecem horas até que o investigador tem uma ideia. Negociar.
               - Tudo bem, vou abaixar a minha arma, ok?
               - Está tentando nos enrolar? - diz o que segura a pistola.
               - Não, só não quero morrer e acho que nem vocês querem morrer, não é?
              Silêncio. O dono da padaria e os funcionários estão nervosos espremidos num canto atrás do balcão. As armas continuam apontadas. O marginal treme e não tira os olhos do policial.
               - Vamos abaixar nossas armas? - propõe Taveira mais uma vez.
               - Isso está fora de questão.
            A tensão só aumenta. Taveira usa toda sua experiência em negociação e aguarda uma oportunidade. Mesmo sem tirar os olhos do bandido ele consegue ver ao redor. Caso aconteça uma troca de tiro ele só terá o balcão para se proteger. O marginal volta a tremer e numa fração de segundos ele tira o dedo do gatilho. É agora ou nunca. Taveira fica frio feito uma pedra de gelo e atira acertando o ombro do homem. O comparsa tenta correr mais é alvejado na perna.
                - Eu avisei. - João Carlos Taveira pega as algemas.
             Todos aplaudem a atitude do investigador. Pelo celular ele chama reforços.     Ainda com dor de cabeça ele é elogiado pelo dono da padaria.
               - Senhor João, muito obrigado, o café e o pão na chapa fica por conta da casa.
               - Valeu Joaquim.
          O reforço vem e com muita preguiça Taveira se levanta. Hora de ir para o departamento. Encarar a quarta feira será algo quase impossível. Taveira não vê a hora de terminar o plantão e cair nos braços de Dora. FIM  

Kamen Rider Black


A transformação”



           O capturado é levado aos empurrões onde o líder aguarda segurando firme sua espada escarlate. Dentro da grande sala seu capuz é retirado com violência e seu aspecto já é bastante crítico.
           - Muito bem, chega de gracinhas de sua parte, diga logo o segredo da fórmula. - ergue a espada.
          - Eu já falei, eu não sei de nada, eu apenas fiz parte do projeto, vocês mataram o doutor Akira.
      O homem recebe um forte chute no estômago. Ele cospe uma considerável quantidade de sangue no chão.
          - Você prefere morrer ao falar, até onde a sua lealdade resistirá?
          - A fórmula, morrerá comigo seu desgraçado.
          O sacerdote das trevas olha para seu assecla, um morcego homem. Tal ser possui garras enormes e afiadas em cada uma das mãos.
          - Morceh. - ordena o sacerdote. - mande esse cretino para o inferno.
       Morceh crava suas unhas na barriga do homem que solta um grito gutural. O sangue escorre até atingir suas pernas. Um outro forte golpe o atinge dessa vez no braço. Os cortes são profundos e ardidos. O rapaz cai se contorcendo.
          - Morceh, dê o golpe fatal. - fala o sacerdote.
          - Sim, senhor.
        De repente a janela se quebra e Issamu Minami aparece com seu olhar imponente.
          - Tire suas mãos dele, agora.
          - Ora, ora se não é o senhor Black, como veio parar aqui?
          - Isso não importa, solte-o. - se coloca na posição de luta.
          - Morceh, acabe com Issamu Minami e depois com o cientista. - desaparece.

      Enquanto o rapaz sangra no chão e geme, os dois iniciam a luta. Issamu é golpeado algumas vezes na perna e rosto pelas garras. Ele se defende como pode, mas o bicho é veloz. Por pura agilidade Issamu o acerta no rosto quebrando um dos enormes dentes.
          - Maldito!
       O morcego mutante voa e consegue cravar suas unhas nas costas de seu adversário. Issamu grita ao sentir suas carnes sendo fatiadas. Sua jaqueta branca se mancha e ele cai com a dor.
        - Você já era senhor Black. - vocifera.
        - Nunca! - se levanta e olha para o maldito morcego. - heishin.
         Issamu se transforma em Kamen Rider Black. Ele fecha os punhos e parte pra cima de Morceh aplicando um chute na cara arrebentando o outro dente do monstro. Antes que seu oponente possa se recuperar, Black chuta sua barriga tirando todo o ar do bicho que rola.
            - Droga! - se levanta e voa.
          Mais uma vez as unhas entram em ação. Elas cortam o peito e ombro Kamen Rider causando fagulhas. Rider, mesmo sentindo a força dos golpes, segura os pés do monstro e com ódio arranca uma das asas.
           - Argh! - o grunhido do bicho é agudo.
           - É agora! - diz Kamen Rider.
           O herói salta.
           - Golpe insecto! - o soco acerta o peito do animal das trevas.
           Morceh baba uma espécie de sangue e cambaleia.
           - Golpe Louva deus!
         O chute faz o rosto de Morceh explodir. Em questão de segundos o que era um monstro horrendo se transformou em um monte de cinzas. Rider vai prestar socorro ao cientista.
            - Tanaka, acorde.
           Tarde demais, o jovem doutor já está morto. Kamen Rider volta a ser Issamu.
           - Descanse em paz amigo, vingarei sua morte, o segredo da fórmula morreu com você. FIM

sábado, 8 de abril de 2017

Febre


               Ele a avisou que voltaria, porém, Catarina não acreditou e agora se vê sem saída e sem esperança. Os saltos dos sapatos se quebraram durante sua fuga desastrada. Seu vestido curto agora não passa de retalhos que exibem suas pernas torneadas e longas. Sua maquiagem está borrada, se misturou ao suor lhe dando um aspecto horrendo. Catarina, uma mulher que todos os homens desejam, principalmente ele que sofreu uma terrível desilusão. Enquanto correr ela chora e soluça. Suas mãos de unhas grandes e pintadas apoiam nas paredes cobertas por lodo molhado. Ela se cansa e resolve se sentar, ali mesmo, ao lado dos ratos.
                - Alberto, meu amor. - treme os lábios.
              Assistir o grande amor de sua vida sendo morto foi demais para a estudante de direito. Alberto foi morto sem chance de defesa. Seu assassino o matou sorrindo olhando nos olhos dela. Foi algo inimaginável. Seu futuro marido gritava horrores sendo cortado aos pedaços, sentindo cada perfuração da faca dele. Assassino desgraçado. Agora ele se encontra atrás dela e, com certeza, fará o mesmo, porém duas vezes pior.
              Catarina levanta a cabeça a tempo de ver uma sombra crescendo. Ela só teve tempo de rolar para junto das latas de lixo e prende a respiração. Segundos depois lá está ele, alto, pele branca, careca, olhos azuis e na mão direita a faca que pôs fim a vida de Alberto.
                 - Querida, sua vez agora e não adiante se esconder. - diz sussurrando.
                Catarina sente o estômago embrulhar e por duas vezes ela se conteve para não vomitar. Um rato passou perto de sua perna. Em outra situação ela sairia dali gritando alarmando a todos que um monstro a perseguia. Hoje a história é outra. O monstro é ainda mais perigoso e deseja cortar suas carnes fatia por fatia.
                - Vamos, Catarina, saia de onde está, eu estou disposto a conversar. - diz um pouco mais irritado.
             A universitária fecha os olhos os apetando. Ela precisa sair dessa, ela não terminará como seu noivo, assim não. Ao abrir os olhos Catarina consegue ver um prego, um simples prego jogado debaixo da caçamba de lixo. Talvez seja seu último recurso. Em silêncio ela estica o braço e o apanha. Seu monstro perseguidor se aproxima de seu esconderijo passo a passo, lentamente.
                 - Catarina, eu já te vi, agora saia dai e vamos beber alguma coisa, o que acha? Conversar como duas pessoas civilizadas.
                     - Tudo bem, Cris, tudo bem, vamos conversar.
                 Os olhos de Cristiano brilham ao ver aquela mulher morena, seminua e suada bem a sua frente. Ainda é possível sentir o hálito do vinho que tomava com seu falecido noivo. Cris respira fundo e depois sorrir, o mesmo sorriso de quando enfiava a faca no abdome de Alberto.
                    - Já te falei que você continua linda?
                    - Não, você perdeu muito tempo matando meu noivo, esqueceu?
              - Poxa, Catarina, você sabe, quando fico com raiva, parece que algo ou alguém toma conta do meu corpo e ai…
                     - Você mata.
                Cristiano dá mais um passo. Catarina não se afasta. Seu dedo indicador sente a ponta aguda do prego. Os olhos negros dela miram sua jugular que infla cada vez que ele fala. É ali que ela deve acertá-lo.
                  - Senti sua falta, sabia? - ele diz com uma expressão séria. - por que você fez isso comigo, eu te amava. - engole seco. - senti falta do seu corpo, da sua voz, das juras de amor, lembra?
               - Lembro, porém lembro muito mais das pancadas e das ofensas, você lembra disso?
              Cristiano abaixa a cabeça. Seria o momento de atacá-lo? Não! Melhor esperar. Cris levanta a cabeça e sua expressão já é mais fechada, uma nuvem negra encobre seus olhos cor do céu.
              - Vale lembrar que você também teve uma porcentagem nisso tudo. - aponta a faca. - você me traiu com Alberto, não foi?
               - Sim, trai sim, dias depois de você quase me matar com socos. - vocifera.
              Cris abaixa a faca e volta a ter a expressão mais tranquila. Ele olha para o céu com uma lua cheia linda que joga sua luz em seu rosto pálido. Seu coração acelera e uma lágrima desce. Cristiano olha para Catarina.
                - Você me perdoa?
               Como assim? Isso ela não esperava. Cris e ela ficaram juntos dois anos e em todo esse tempo ele jamais se desculpou, quanto mais pedir perdão. Será o novo Cristiano acontecendo? Ou será atuação de um monstro frio?
                - Vem, fique mais perto. - a voz sai baixa e embargada.
            Catarina baixa a guarda. Diante de seu ex marido e por um momento se esquece que ele assassinou com frieza seu grande amor. Dominada por um sentimento ela se aproxima ainda com medo. Sua mão aperta o prego até quase entortá-lo. Agora ela está ali face a face com ele, o homem que a espancou, maltratou e feriu seu jovial coração.
                 - Já havia esquecido como é bom sentir seu cheiro. - diz Cris.
                 - Você me perguntou se eu te perdoaria, não foi?
                 - Sim! - abaixa a cabeça.
                - Por que isso tudo agora? Por que matou o Alberto, se tinha alguém inocente nessa história, esse alguém era ele.
                Num movimento rápido Cris segurou nos braços de Catarina.
               - Eu não aguentei ver você envolvida nos braços de outro, principalmente nos do Alberto.
           - Cris, você o matou, gostando do que estava fazendo, em quem você se tornou?
         - Me tornei num homem apaixonado, saudoso, um cara que ainda ama a ex mulher e que tudo que ele deseja nessa vida é o perdão dela, foi nisso que me tornei.
              Houve um minuto de silêncio. Os olhares continuam intensos. Catarina teme pelo o que Cristiano possa fazer. De repente ele a segura forte e faz um pedido.
              - Me beija?
              - O que? - aperta os olhos.
              - Você precisa me beijar. - sua expressão fica sombria.
              Catarina dá um passa para trás e vê quando Cris segura firme o cabo da faca.                A melhor defesa é o ataque. O prego precisa entrar em ação antes que seja tarde demais. A universitária ataca cravando o prego no pescoço do homem que perde o equilíbrio. O sangue esguicha sujando o rosto da mulher. Cris solta um grito gutural.
               - Sua vaca!
              Catarina corre para mais fundo da estreita rua tendo seu ex a metros atrás. Sua respiração volta a ficar irregular. Um filme passa em sua mente, um filme de horror. Descalça seus pés são feridos pelo asfalto rústico. Ela chora, chora muito.
               - Vou te matar, sua desgraçada. - grita.
              A mulher não suporta a dor nos pés e cai. Cris a alcança chutando suas costas e cabeça. Ela grita pedindo misericórdia. Cris não dá pinta de que vai parar com o espancamento. Ele se ajoelha e senta na barriga da mulher que perde o folego.
                 - Não morra ainda minha bela.
                 - Não consigo, respirar. - tosse.
                Sorrindo o assassino começa a socá-la e a insultá-la. A cada golpe ela sente seu rosto estalar e a dor é alucinante. Aos poucos seu rosto belo e bem desenhado vai ficando desfigurado. O sangue do pescoço de seu agressor vai ajudando dar formas diabólicas. Cris não para até ouvir um estalido.
                - Uau, foi a minha mão se quebrando ou a sua cara?
               Ela não consegue mais falar e simplesmente balbucia algo. Seus dentes foram quebrados devido à violência dos golpes. De repente sua mente viaja e Catarina consegue ver Alberto em pé olhando para ela. Ele ainda tem aquele aspecto de terror no rosto e diz.
                 - Ainda não minha flor, ainda não.
                 - Me beije. - ela consegue dizer.
                 - O que? - Cris para o soco ainda no meio do caminho.
                 - Me beije, por favor.
                Cris estranha o pedido, mas aceita. Ele se inclina para beijá-la. Seus lábios se tocam mesmo feridos. Cris fecha os olhos quando recebe uma forte mordida arrancando boa parte de seu lábio superior. Descontrolado e segurando o que sobrou de sua boca, Cris ainda recebe uma forte joelhada nas partes baixa. Catarina empurra o corpo de seu ex para o lado.
                - Socorro! - se arrasta. - me ajudem, estou sendo atacada.
               Ao terminar de gritar ela sente uma forte ardência no pulmão e em seguida em outra região das costas. Ela demora aceitar, mas está sendo esfaqueada brutalmente. O sangue começa a sair de sua boa e sua visão falha. Cris enterra com força a faca e até se corta.
                 - Merda! - balbucia.
              O sangue vai dando outro tom ao asfalto. Catarina não se mexe mais, está morta. Cansado e sentindo forte dor, Cris tenta se levantar e com muito custo consegue. Ele olha para o corpo de sua ex e chora.
              - Maldita seja por me forçar a fazer isso. - limpa as lágrimas. - eu amava você, sabia disso? Podíamos ser felizes, mas você jogou tudo no lixo, você me forçou a fazer isso. - vai se afastando. - você, você me forçou, você causou tudo isso. - desaparece dobrando a esquina. FIM