João
Carlos
Taveira
Taveira
estaciona mal e porcamente seu carro na vaga do estabelecimento. Seu
humor anda a baixo do nível e por isso ele bate a porta do veículo
com força. A noite não foi nada boa com Dora. Depois de resolver um
perigoso caso de roubo de carga e de trocar tiros com dois bandidos
ao mesmo tempo, o investigador precisa urgente de uma garrafa de
uísque e uma carteira de cigarros. Seu terno azul-escuro está a
amassado e na manga esquerda há uma mancha de sangue. O dono do bar
já o conhece de longa data.
-
Taveira, como tem passado?
-
Boa noite, Jaime, quero o de sempre e rápido.
-
Opa, você quem manda meu chefe.
Nesse
meio tempo uma menina de mais ou menos vinte anos entra no bar com o
pânico estampado no rosto. Ela olha para Taveira e depois para
Jaime.
-
Com licença, posso usar o banheiro?
-
Você precisa consumir algo antes, tudo bem?
-
Sério?
-
Muito sério. - entrega o uísque e os cigarros a Taveira.
-
É que preciso trocar meu absorvente.
Tanto
Jaime como Taveira engolem seco.
-
Ok, vai lá, nos fundos a esquerda.
Taveira
se despede de Jaime quando dois caras entram.
-
Aquela vagabunda entrou aqui, não foi? - pergunta um com uma
pistola. Jaime fica paralisado e olhando para Taveira.
-
Ei pessoal, vamos com calma. - diz o investigador.
-
Quem é você otário, cadê a garota?
-
Calma, abaixe sua arma…
O
rapaz aplica um forte soco em Taveira que deixa a garrafa de uísque
cair.
-
Vamos procurar, revirem essa espelunca. - mais dois caras armados
entram no bar.
Eles
se espalham. João Carlos se levanta sangrando pelo nariz. Sua fúria
quase incinera seu corpo. Ele olha para a direção do corredor onde
ficam os banheiros. Um dos bandidos vai para trás do balcão.
Distraído ele não vê o policial atrás dele.
-
Pode deixar que eu procuro pra você. - acerta um forte soco apagando
o homem de vez.
O
trinta e oito é sacado. Jaime ainda se encontra paralisado.
-
Jaime, se esconda, vamos, rápido.
Dois
caras saem de trás das máquinas de fliperama apontando suas armas.
Taveira se abriga e atira. Um deles é alvejado no ombro. O outro
volta para trás da máquina. Mais tiros. As bebidas que estão no
mostruário são atingidas. Taveira revida protegendo Jaime. O outro
bandido vai atirar mais a arma falha. João aproveita para deixá-lo
fora de combate. O tiro o acertou no peito. Taveira sai de trás do
balcão e atira na perna do vagabundo que segurava seu ombro ferido.
-
Argh!
O
investigador corre em direção ao corredor onde estão mais dois
marginais. Um deles com quase dois metros de altura e dois de largura
pula pra cima do investigador. Dois fortes socos deixam Taveira sem
rumo. Outro soco e a visão de João começa a falhar. Ele é jogado
contra a porta do depósito que se quebra. Como um animal feroz ele
avança socando o rosto do policial. Taveira cai sobre as caixas de
cerveja. A dor nas costas o faz contorcer. O investigador é
torturado, moído pelo gigante. João volta a ser arremessado contra
as caixas de cerveja e depois disso silêncio.
O
homem enorme dá as costas e sai do depósito. O outro se encontra
dentro do banheiro feminino segurando a garota pelo pescoço.
-
Cadê minha grana sua vagabunda, hein, cadê?
O
rosto da menina já se encontra roxo e ela sente a morte de perto.
Seus olhos estão virados quando o gigante solta um grito gutural e
depois outro. Taveira crava mais uma vez uma metade de uma garrafa
quebrada nas costas do marginal que vai desabando até cair de vez.
-
Solte a garota, você está preso.
-
Quem é você, imbecil? - solta a menina que desmaia e saca sua faca.
-
Taveira. - avança contra o bandido segurado o pedaço de garrafa.
Os
dois brigam feio dentro do banheiro. Trocam socos e João é cortado
no braço. Quando vai aplicar outro golpe, Taveira o chuta no rosto
arrebentando seu nariz. O pedaço de vidro é enterrado no peito do
bandido. Taveira consegue desarmá-lo.
-
Você está preso, seu merda!
Depois
de tudo Taveira sai do corredor puxando o vagabundo pelo pé e
segurando a menina. Jaime sai de trás do balcão.
-
Quer que eu chame a polícia?
-
Jaime, eu sou a polícia. FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário