O
traficante olha mais uma vez para o relógio em seu pulso e cospe o
cigarro. O lugar é deserto e com grandes árvores que fazem sombra
por toda a parte. Local perfeito para uma transação. De repente uma
van vem cortando o asfalto irregular e breca quase atropelando o
bandido.
-
Mas que merda é essa? - se levanta.
-
Me desculpe chefe. - diz o motorista. - esse carro está com problema
sério de freio.
-
Tá bom, agora me diga, trouxe o que eu lhe pedi?
-
Sim senhor. - desce da van e se dirige a parte de trás do veículo.
-
Quantas armas trouxe? - acende outro cigarro.
-
Quinze, pra começar.
O
traficante olha para os comparsas e depois para aquele sujeito
desengonçado vestido com macacão de empresa de limpeza. O mesmo
abre as portas traseiras da van e mostra a encomenda.
-
Pistolas, fuzis e doze, tá bom ou quer mais?
-
Bom não está, mas, vamos negociar, eu pago cem mil.
O
sujeito dentuço e de olhar penetrante solta uma gargalhada alta.
-
Meu amigo, só a doze custa 300 mil.
-
Tá de sacanagem, tudo isso?
-
Pois é meu chapa, tudo subiu de preço. - olha para o alto. - então,
é pegar ou largar?
O
bandido coça a cabeça. Olha para o restante do grupo e depois para
o fornecedor maluco. Saca o celular e abre a calculadora. Depois de
alguns minutos ele diz.
-
400 mil e não se fala mais nisso.
-
Tem certeza?
-
Sim, claro.
-
Negócio fechado. Mas antes quero fazer uma contra proposta.
-
Merda, fala logo, isso já está demorando muito.
-
Seus homens estão armados? - fala olhando para cada um deles.
-
Claro que sim.
-
Quero comprar as armas. O que vocês tem ai?
-
Pistolas e uma metralhadora. - diz um dos asseclas.
-
Ótimo, quero todas, ofereço 600 mil em todas, o que acha?
Um
momento de silêncio e olhares desconfiados.
-
Fechado! - diz o chefe.
-
Muito bom, me entreguem por favor.
O
dentuço recolhe todas as armas e se volta para o traficante líder.
-
Foi bom fazer negócio com você, vou pegar a mala com o dinheiro.
Ele
se encaminha para a van e abre a porta lateral de onde desce agentes
uniformizados e armados com fuzis e dando voz de prisão.
-
Todos no chão, vamos, vamos.
O
dentuço e desengonçado retira o disfarce revelando o inspetor João
Carlos Taveira. O capitão se volta para ele.
-
Bom trabalho inspetor.
-
Fizemos um bom trabalho. FIM
Nenhum comentário:
Postar um comentário