sexta-feira, 16 de junho de 2017

João Carlos Taveira


      O traficante olha mais uma vez para o relógio em seu pulso e cospe o cigarro. O lugar é deserto e com grandes árvores que fazem sombra por toda a parte. Local perfeito para uma transação. De repente uma van vem cortando o asfalto irregular e breca quase atropelando o bandido.
       - Mas que merda é essa? - se levanta.
     - Me desculpe chefe. - diz o motorista. - esse carro está com problema sério de freio.
       - Tá bom, agora me diga, trouxe o que eu lhe pedi?
       - Sim senhor. - desce da van e se dirige a parte de trás do veículo.
       - Quantas armas trouxe? - acende outro cigarro.
       - Quinze, pra começar.
    O traficante olha para os comparsas e depois para aquele sujeito desengonçado vestido com macacão de empresa de limpeza. O mesmo abre as portas traseiras da van e mostra a encomenda.
       - Pistolas, fuzis e doze, tá bom ou quer mais?
       - Bom não está, mas, vamos negociar, eu pago cem mil.
       O sujeito dentuço e de olhar penetrante solta uma gargalhada alta.
       - Meu amigo, só a doze custa 300 mil.
       - Tá de sacanagem, tudo isso?
     - Pois é meu chapa, tudo subiu de preço. - olha para o alto. - então, é pegar ou largar?
      O bandido coça a cabeça. Olha para o restante do grupo e depois para o fornecedor maluco. Saca o celular e abre a calculadora. Depois de alguns minutos ele diz.
      - 400 mil e não se fala mais nisso.
      - Tem certeza?
      - Sim, claro.
      - Negócio fechado. Mas antes quero fazer uma contra proposta.
      - Merda, fala logo, isso já está demorando muito.
      - Seus homens estão armados? - fala olhando para cada um deles.
      - Claro que sim.
      - Quero comprar as armas. O que vocês tem ai?
      - Pistolas e uma metralhadora. - diz um dos asseclas.
      - Ótimo, quero todas, ofereço 600 mil em todas, o que acha?
      Um momento de silêncio e olhares desconfiados.
      - Fechado! - diz o chefe.
      - Muito bom, me entreguem por favor.
      O dentuço recolhe todas as armas e se volta para o traficante líder.
      - Foi bom fazer negócio com você, vou pegar a mala com o dinheiro.
   Ele se encaminha para a van e abre a porta lateral de onde desce agentes uniformizados e armados com fuzis e dando voz de prisão.
      - Todos no chão, vamos, vamos.
   O dentuço e desengonçado retira o disfarce revelando o inspetor João Carlos Taveira.      O capitão se volta para ele.
      - Bom trabalho inspetor.
      - Fizemos um bom trabalho. FIM                

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